Recentemente eu me (re) descobri fã de jogos cuja furtividade é o diferencial. Não que Watch Dogs: Legion ou Cyberpunk 2077 – os dois últimos que joguei – sejam exclusivamente este tipo de jogo, mas neles adotei o stealth como tática. Puxando bem para o passado me lembro que quando ainda jogava no PC, foram jogos como Thief: The Dark Project (1998) e o primeiro Hitman, Hitman:Agent 47 (2000) que me fizeram apaixonar pela sombra e pelo silêncio. Décadas depois em jogos FPS como Fortnite, acabei percebendo quão feliz ficava ao esgueirar pelos cantos e moitas para usar uma Sniper, ou em Battlefield abusando do silêncio para matar o inimigo na faca. Pois é, Hitman fez escola.
E 21 anos depois de Hitman: Agent 47, voltei ao universo do assassino de aluguel. Tive medo a princípio de pegar o terceiro jogo de uma trilogia de sucesso e ficar sem saber o que estava acontecendo, por não ter jogado os anteriores; mas Hitman 3 é planejado para essas pessoas. Ele traz um resumo dos outros jogos, lhe possibilitando entender o que aconteceu antes. Aos que adquiriram Hitman 1 e 2, é possível importar fases, cinemáticas, conquistas e saves, desde que tudo jogado na mesma plataforma, claro. Em Hitman 3 você pode acessar até mesmo as DLCs dos jogos anteriores. Isso é bem interessante levando em conta que a nova trilogia de Hitman é composta por capítulos. Hitman 3 faz jus a isso e encerra com maestria toda a história que cerca o agente 47.
Hitman se trata de um jogo onde é preciso ter paciência acima de tudo. À parte de quem gosta de speedruns, ele é feito para ser explorado minuciosamente, onde toda ação do agente precisa ser calculada. Jogar com pressa faz com que você perca sidequests, conquistas e talvez um melhor entendimento da história como um todo. Em sua maioria, você precisa claro, sempre matar um alvo, mas além disso existe um universo vivo à sua volta. Preste atenção aos mínimos detalhes. O jogo além de estratégia é também de investigação.
Diferente de muitos jogos, após completar a missão principal da qual você está destinado – matar um ou mais alvos – cabe a você decidir se quer continuar naquela fase, pois como dito anteriormente há sempre muito a ser explorado.
Em Hitman 3 você e seus aliados estão na caçada final da Providence, uma organização secreta que controla os negócios mundiais. A fórmula é a mesma dos jogos anteriores: infiltrar-se em locais cheios de segurança, disfarçar-se e assim chegar de modo quieto perto dos alvos e eliminá-los.
O terceiro e final jogo da franquia conquista pela receita de sucesso e pela beleza extrema. A fase inicial do jogo, inclusive, é um deleite pela riqueza de detalhes, já que se passa no prédio mais alto da Terra, uma alusão ao Burj Khalifa localizado em Dubai. Há na fase Dartmoor, você deve infiltrar-se em uma luxuosa mansão onde cada detalhe tira o fôlego.
O jogo lançado no dia 20 de janeiro impressiona pela beleza, mesmo ainda não contendo ray-tracing nos consoles de nova geração. A IO Interactive prometeu para muito em breve uma atualização que trará a feature aos novos consoles.
Hitman 3 tem tido boas pontuações e reviews no geral, mas para a comunidade brasileira, pecou demais em não trazer sequer legenda para português-brasileiro. A história do agente 47 é complexa e a trama tem enredo pesado, o que demanda muita atenção; até mesmo para conclusão das missões. Os jogos anteriores possuíam ao menos as legendas e Hitman 3, por se tratar de um encerramento com chave de ouro, deveria ter também. Era obrigação da IO ter este cuidado; mas infelizmente, nem tudo é perfeito. Bem, se você domina o inglês ou se não se importa com a história de fundo e quer apenas matar, o jogo é um prato cheio. À parte do idioma, ele é perfeito.
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