⚠️ O texto não contém spoilers, mas há imagens de locais que talvez possam ser considerados.
Se eu pudesse colocar um título absurdamente gigante para este artigo, seria: “Primeiras impressões sobre Elden Ring por uma pessoa que NUNCA jogou um Souls Like na vida”. Confesso que comecei a escrever logo depois da minha primeira experiência no dia do lançamento. Ela durou apenas duas horas e QUASE desisti. Escrevi um monte e não é o que você vai ler a seguir.
Naquele dia me meti a escrever sobre um jogo do qual joguei apenas duas horas. Mas no dia seguinte resolvi tentar mais um pouco. Resolvi criar outro personagem e fora da live (e mais calma) dei novamente os primeiros passos e vou te dizer, minha vida mudou depois deste dia.
Fui dormir pensando no jogo e lá estava eu abrindo-o novamente em pleno final de semana.
Como já deixei claro acima, nunca tinha jogado um Souls Like antes e confesso que sequer tinha me animado com Elden Ring, pois é o típico jogo que não gosto, porém meu marido me convenceu a jogar (ele quem comprou), e também quis jogar por conta dos comentários, reviews positivos e notas – embora eu não use notas como parâmetro.
As duas primeiras vez que tentei escolhi a classe Bandido. Mas na terceira resolvi apelar para o Astrólogo (Mago). Embora muita gente torça de fato o nariz para ele, afinal com ele é possível realizar ataques fortes à distância, este é meu tipo de jogo predileto. Adotei este método com medo das aranhas em absoluto jogo que eu jogo – para minha surpresa não há aranhas neste jogo – o que uma completa surpresa. Eles (os autores dos jogos, sobretudo os de temática medieval amam uma aranha). Há chefes com mais de dois braços, mas consegui passar por eles. Há formigas gigantes, estas me dão um nojinho, pois anatomicamente se parecem mais com os seres dos meus pesadelos.
O que é um Souls Like?
Basicamente é um jogo do capeta e que só loucos encaram. Brincadeira.
O termo Souls Like surgiu com o jogo Demon’s Souls (2009), mas tornou-se popular com a série Dark Souls. A série Souls refere-se a um conjunto de jogos do genero PRG de ação, criados e produzidos pela companhia japonesa FromSoftware. O primeiro jogo da série, Demon’s Souls, foi lançado em 2009.
Nestes jogos você basicamente é um cavaleiro, um herói, que precisa enfrentar chefes, chefões, semi-deuses e deuses todos com dificuldades progressivas. Ao elimitar qualquer inimigo (ou ser vivo), você ganha dinheiro ou runas. Estas são usadas para você subir de nível. Porém se você morrer durante sua missão, além de retornar ao último save point ou começo do jogo, perderá todas as runas. Estas runas perdidas podem ser resgatadas no local onde você havia sido morto, porém sempre que renasce, precisa enfrentar novamente todos os inimigos que já havia derrotado. Se morrer antes de resgatar suas runas, estas serão perdidas para sempre.
Precisamos naturalizar a morte
Todos nós sabemos que vamos morrer em algum momento. Basta estar vivo não é mesmo?
Elden Ring é o típico jogo que os mais afobadinhos jogarão o controle na parede, que socarão a mesa, darão gritos de ódio, o rage vai fazer subir a pressão. Calma. Antes de você começar a jogar, tem que ter em mente que não vale a pena passar tanto stress – talvez por isso eu nunca tenha jogado um Souls na vida. Mas já que me meti a esta experiência, fiz um trabalho mental de que tá tudo bem. Morrer faz parte. Se der pra pegar as runas, beleza, se não der, beleza também.
Na verdade eu morri tantas vezes em 1 mês que nem ligo. Talvez eu não ligue tanto porque há meios de farmar runas – graças a Dels! Se não fosse por esta possibilidade, talvez eu já teria ‘dropado’ o game.
Quem nunca jogou nada do tipo, pode jogar?
Mas é claro! Pra começar, TODOS OS GAMES são para todos! Elden Ring incrivelmente tem sido a porta de entrada para os jogadores que nunca encararam um Souls Like. Talvez as excelentes notas no metacritics tenha ajudado nisso, mas é real de que há meios e meios de jogar Elden Ring. Basta dar chance ao jogo, explorar e matar os pequenos primeiro. Você, antes de mais nada, precisa entender a mecânica do jogo, as repetições dos ataques inimigos, precisa aprender a se conhecer, qual arma te dá mais conforto na luta, aprenda a rolar, aprenda que o peso das suas armas e armadura podem influenciar (já lutei sem roupa diversas vezes, para ser mais ágil nas esquivas). Se você se deparar em determinado momento com um boss impossível de se duelar, deixa quieto por enquanto. Vá subindo de nível, explorando outros cantos e em algum momento você será páreo.
Te digo, que superar um grande inimigo é um dos maiores prazeres desta vida!
Tá tudo bem em pedir ajuda
O jogo permite em diversas ocasiões pedir ajuda, seja a outros jogadores amigos que você convida para coop (o jogo permite mais dois amigos junto a ti), seja com jogadores “de outros mundos” (desconhecidos e que podem invadir seu game para te ajudar – basta ter um anel certo que pode ser comprado), você pode usar as invocações (cinzas de soldados ou seres místicos); você pode invocar NPCs em alguns momentos, e assim por diante. Nem sempre sozinho é possível passar por um obstáculo e toda ajuda é bem-vinda.
E já que toquei no assunto de pedir ajuda, para os novatos nesta categoria de jogo, algo que ajuda demais é encontrar canais que criam conteúdos ensinando a passar por determinado boss, ou pegar uma armadura mais bonita e com mais resistência, ou ainda encontrar armas lendárias. Está tudo bem em procurar estes tipos de vídeos. Inclusive listei no final da matéria, alguns que têm me ajudado demais!
Acredito eu que um jogo deve ser jogado por diversão. E não há nada mais detestável do que empacar em algum lugar. Por isso deixarei no final do artigo links para alguns canais que tem me ensinado demais. E não tenha medo de pesquisar na internet a solução para um problema. Se tiver dúvidas sobre qualquer coisa do jogo, pesquise! O que importa é se divertir.
Gráficos x Direção de Arte
Aos poucos que não me conhecem, eu sou designer e diretora de arte. Qualquer bom trabalho que envolva direção de arte me encanta; talvez esteja ai um dos motivos pelo o qual apaixonei por Elden Ring. Os gráficos não são os melhores, nem a quantidade de FPS (eu nunca liguei para isso); mas verdadeiramente, o jogo é uma pintura diante dos olhos. Cada região dos mapas tem uma característica visual única, deslumbrante e não me recordo de ter visto em qualquer outro jogo.
A direção visual de Elden Ring é um soco no estômago – no bom sentido (há bom sentido nisso?). É lindo, é maravilhoso, é espetacular.
Não apenas os cenários são incríveis, mas a complexidade, a construção dos inimigos também. Às vezes são tantos detalhes que você não sabe pra onde olha e acaba perdendo a luta porque reparou em algo diferente. Confira a pequenina galeria de capturas:
É uma experiência única
Para um jogador que nunca jogou nada do gênero, cada nova conquista, seja ela matando um inimigo mais forte ou encontrando algo extraordinário durante sua peregrinação na exploração deve ser comemorada. Talvez essa superação dos obstáculos seja o que nos faz apaixonar por jogos do tipo – olha eu usando o plural hahahaha. Elden Ring é mesmo meu primeiro, nem sei se um dia me aventurarei em outros do tipo, mas estou feliz comigo mesma, de ter me dado a oportunidade de conhecer uma obra prima. Já deixei muitas oportunidades passarem por birra, sem ao menos tentar.
Não se compare com outros jogadores!
Esqueça os caçadores de gamerscore ou troféus, esqueça os speedrunners, esqueça os cagadores de regras que insistem que não se deve jogar de mago ou com determinada arma ou poder. Esqueça todos e jogue o seu jogo. Sinta/viva você a experiência.
Cavalgue no seu cavalo de chifres, explore cada canto, descubra o que o jogo te aguarda – e pode ter certeza que muitas vezes você vai morrer mesmo hahaha. Talvez por isso você devesse focar a principio em encontrar os locais de graça – os savepoints. Com eles, se você morrer, você fica mais perto de sua conquista, pode recuperar a tempo suas runas, e descansar para ganhar fôlego, reajustar suas magias, baú e frascos de poções.
Acessibilidade
Já em termos de acessibilidade o jogo deixa a desejar pelo menos nos consoles aonde jogo. Não sei como está no PC. Além de muito escuro – te obrigando a comprar uma tocha (ok isso é meio que obrigatório para todos os jogos desse tipo), ou a usar magia para iluminar o ambiente, o balanceamento no Gamma é sofrido e não há qualquer tipo de opção para pessoas com baixa visão, ou deficiência física ou visual. Eu que enxergo mal, sofro em alguns momentos tendo que apelar constantemente para a magia do ponto de luz.
De olho na comunidade
Desde seu lançamento, Elden Ring tem sido alvo de críticas a respeito da localização para o idioma português-brasileiro. A impressão que dava é que foi traduzido com o Google Tradutor, com erros grotescos.
Felizmente a Bandai Namco ouviu as reclamações dos jogadores e inseriu no patch 1.3 uma correção para o idioma. Amém.
Conclusão
Vale a pena E MUITO ser jogado. Claro, que tem que ser no seu ritmo! É um jogo surpreendentemente gigantesco e diferente dos speedrunners e caçadores de troféus, você pode levar o tempo que for o jogando, mesmo que anos! Há coisas que não foram descobertas ainda, acredite!
Até a conclusão deste artigo estou no nível 83, com mais de 110 horas de jogo e nem matei o terceiro chefe principal ainda. Meu objetivo tem sido melhorar mesmo meus níveis, farmar muitas runas (jogue no google como fazer isso), aumentar minhas habilidades, encontrar trajes e armaduras, armas, upá-las e lá pra frente enfrentar a galera.
Me considero viciada no jogo? MAS É CLARO! Penso nele o dia inteiro. Devem ter feito algum pacto com o demo sei lá hahahaha. É delicioso.
Certamente o jogo me abriu os olhos para outros títulos e estou ansiosa por updates e DLCs.
Estou encantada. E todo o hype da galera? É mais do que real, acredite.
Acesse!
Canal do Gabriel Floriano – https://www.youtube.com/c/GabrielFloriano
Geek de Fênix – https://www.youtube.com/c/GeekdeF%C3%AAnix01
Guedes Gamer – https://www.youtube.com/user/SuperGuedesgamer